6 de mai. de 2019

VOCÊ NÃO É UM PRODUTO. OU É?


Você não é um produto. Ou é?
Qual é a história por trás das suas fotos? 
O olho roxo maquiado. 
O sorriso forçado. 
A defensora dos animais que não ama nem a mãe. 
O abraço na "amiga" que te traiu mas é um bom contato. 
O dono da lancha que nunca aparece.
Do subúrbio à cobertura em frente à praia sem carteira assinada. 
As viagens semanais com o tio que não é seu tio.
O namorado que você não ama, mas ama o que ele te proporciona.
A traição que vale a pena você engolir. Business.
Qual é a verdade que você esconde? 
Qual tem sido o seu preço?
Por quanto você mostra os seus seios? 
Um "publipost"?
Por quanto você vive uma vida promíscua?
Uma frustração amorosa e "seu corpo suas regras" se torna objeto de vingança?
Talvez você não receba em real, mas trabalhe com moeda de aprovação.
Isso também é prostituição.
No mínimo 50 % das pessoas alcançadas por suas fotos estão sendo diretamente afetadas pela ditadura de beleza que você recebe para alimentar enquanto morre de fome.
Outra metade, usa o seu corpo para satisfazer desejos sexualmente imundos do outro lado da tela. Abominação? Para Deus, com certeza sim. Para você, apenas se não for intere$$ante.
Pior do que os homens têm feito conosco é a maneira que nós temos tratado nós mesmas.
Não precisamos do amor deles, mas precisamos do nosso. 
A geração do "thank u, next", que acredita que amor próprio é fazer roleta russa emocional.
A objetificação que começa com masturbação. A masturbação que é casada com a pornografia. A pornografia, que vai da mais "inofensiva" impureza sexual ao tráfico humano. 
Exagero? Se informe. De fato, entramos em negação ao saber que nossos pequenos prazeres custam preço de sangue. Destruição. Defraudação. Depravação. 
O que te faz pensar ser diferente de uma prostituta? 
A distância entre uma rua escura e uma tela iluminada chama-se hipocrisia. 
Você é igual a elas. 
Na verdade, elas costumam ser mais reais em uma realidade sem fake e sem filtro.
Você é de luxo?
Elas não tem nenhum.
Sobrevivem.
Para você ser uma prostituta, não necessariamente precisa vender explicitamente o seu corpo, basta você negociar os seus valores.
Por qual preço você vende o seu valor?
Você não é um produto. Não é.

texto: @vdcristo

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